Este projeto resulta de vivências na participação de rodas, formação como focalizador (facilitador) e multiplicador no movimento internacional de Danças Circulares (DCs), pautado na Cultura de Paz, numa trajetória cujos caminhos convergiram para a pesquisa e extensão universitária. Independentemente de um tema de projeto acadêmico, linha de pesquisa ou extensão, a manutenção da saúde mental e física no meio acadêmico e na comunidade de entorno é essencial para o bom desempenho universitário. Assim, ao pensar em saúde de forma coletiva, através da conscientização e formação de multiplicadores de práticas que possibilitam exercitar laços de convívio em comunidade, é possível trabalhar princípios da Gestão Social sobre a aplicação de políticas públicas universitárias e de saúde coletiva. No passado, as danças em geral tinham como premissa a integração, promovendo a inclusão do indivíduo em grupo, promovendo a força de coesão comungada em gestos e através dos corpos em movimento, disseminando o sentimento primordial de comunidade, integração, sensibilização e abertura da consciência para o que há de comum em meio as diferenças. Algo que traduz o fato de que todos temos uma mesma origem ancestral, capaz de ser percebida através da dança, que na maioria das culturas originárias, era realizada de forma circular. As práticas proporcionadas pelas DCs, possibilitam a troca de conhecimentos, valorização das relações humanas e resgate da cultura. O professor e bailarino alemão Bernhard Wosien, fundador do movimento de DCs, considerava a prática como um processo de autoconhecimento, de experienciar a si mesmo em aspectos físicos, psicológicos e espirituais. Explicando esta perspectiva a partir de suas próprias vivências. As DCs são um meio potencial de mobilização do coletivo, da expressão de afetos e de reflexões sobre a condição individual e em sociedade, capaz de agir como catalizadora na ampliação da consciência humana, de forma pessoal, artística, corporal, espiritual ou social, naqueles envolvidos em sua realização. A manutenção da saúde mental através de práticas coletivas que subvertam o processo de automação e distanciamento dos indivíduos nas relações humanas, deveria ser um tema sensível à gestão pública em diferentes campos de atuação, para além da saúde coletiva. A prática das DCs é reconhecida pela Organização Mundial de Saúde pelo seu valor terapêutico e foi reconhecida pelo Governo Brasileiro, através da Portaria nº 849 de 27 de março de 2017 do Ministério da Saúde, que estabelece esta e outras atividades dentro da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPICs), incorporando-as ao Sistema Único de Saúde. O contexto de políticas públicas aplicadas à gestão, tem em processos participativos e de formação de multiplicadores locais uma importante ferramenta, capaz de validar e efetivar a utilização da legislação, ou mesmo modificá-la, para que esta se configure como uma realidade prática na esfera executiva. Assim, espera-se que a análise do campo da Gestão Social e a utilização de seus princípios teóricos e práticos, contribuam com o entendimento, aplicação e empoderamento dos participantes, sobre a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde.
Público Interno: Alunos de graduação e pós-graduação;
Público Externo: Estudantes de ensino médio e sociedade civil em geral.